logo-mini
IMG_8616-0.JPG

Cuidados bucais e a gravidez.

Cuidados bucais e a gravidez.

A expressão amplamente usada de que “gravidez não é doença” é real. Quem está gestante passa por um processo fisiológico que determina mudanças sabiamente regidas que encaminham mamãe e bebê para um desfecho pleno e feliz.

No entanto, algumas alterações vasculares e comportamentais da gravidinha, geram a necessidade de uma avaliação odontológica preventiva.

É fato. Toda a gestante muda, em diferentes intensidades, suas prioridades. Antes, se não tinha outros filhos, o foco era nela mesma, o tempo era maior, e agora passa por uma transição em que está mudando quem será o centro de seu universo. Nada mais justo. Se já tinha outros filhos nem se fala… Seu lugar era preterido em relação à prole e agora com o bebê a caminho, ocupa a ultima posição no ranking prioridades. Dizer que o tempo de escovação e qualidade no seu autocuidado não é influenciado por tudo isso, seria ilusão.

Grávida come mais e mais seguido. Essa sentença se aplica para a maioria das mulheres e hoje se sabe que a atividade de cárie tem relação com a frequência de ingestão de açúcares que diminui o ph e a inabilidade de equilibrar esta balança quando já ocorre outra colherada no doce pode resultar em cárie! Já atendi pacientes que não tinham cárie e tiveram a primeira experiência na gestação.

A periodontite pode piorar nessas pacientes, pois, alterações vasculares da gravidez fazem com que o mínimo de placa bacteriana na coroa dos dentes causa mais sangramento gengival. Tive que engravidar para perceber isso! Hoje também se sabe que a população bacteriana é alterada devido aos hormônios desse período. Pacientes com periodontite descontrolada apresentam um aumento dos mediadores inflamatórios em seu organismo. Estudos sugerem até um risco maior de parto prematuro e nascimento de bebês de baixo peso! Atenção!

Para finalizar se a paciente não estava em boas condições bucais, o tratamento dentário curativo pode ser prejudicado, pois o dentista não pode, por exemplo, lançar mão, quando necessário, de medicação anti-inflamatória que passa a barreira hemato-placentária.  A posição na cadeira odontológica no terceiro semestre fica desconfortável pela pressão da barriga causando até, em alguns casos, síncope pela diminuição do retorno venoso por compressão arterial. A solução nestes casos seria virar a gestante para o lado esquerdo liberando a circulação nesta região.

Atualmente está em alta falar em pré natal odontológico. Que maravilha podermos pensar e tirar todas as dúvidas de cuidados com a mãe e bebê antes dele nascer. Uma evolução!